Por Leila do Flamengo
Em batalhas e guerras mundo afora é esse o termo cunhado quando aquele que, ao invés de lutar ao lado, junto, contra um inimigo em comum, por imperícia, imprudência ou negligência (definição esta na realidade dos crimes culposos) acaba por atingir, matar, derrubar, quem está do seu lado.
E o que vi nesse domingo foi uma demonstração clara, vigorosa e inequívoca de fogo amigo. Vindo do banco, de quem se espera ser aliado, parceiro, um bom líder e comandante.
O pior do fogo amigo é que pega a vítima sem defesa, não raro por trás, de forma inesperada e sem chance de defesa. A única coisa que resta é lamentar. Um lamento profundo, triste, pois se sabe que não devia ter acontecido. Não é algo natural, viola a tendência normal dos fatos, como desviar o leito de um rio.
Quem mora no Rio talvez tenha tido a infeliz experiência de assistir as águas da Lagoa tomadas por peixes mortos, algo muito triste, algo que nos pensar de imediato que tem algo terrível e muito errado acontecendo. E o fedor é digno de nota.
Tantas analogias pra manifestar minha total discordância com os atos praticados pelo Sr. Wanderley Luxemburgo.
Os erros começaram antes da bola rolar, eis que o Renato lentidão Canelada voltou ao time como titular absoluto.
Muralha, o volante que mudou os rumos da última vitória, sequer foi relacionado pro banco!!
Ao invés disso, Willians (aquele mesmo que simplesmente desapareceu momentos antes do jogo contra o Grêmio) e, sempre ele, Fierro, o jogador que cismaram de atribuir a pecha de coringa. Colocam-no indiscriminadamente como volante, lateral, meia etc, etc.
Antes do término do primeiro tempo, o fogo amigo letal, covarde, criminoso, daquele que declara publicamente querer preservar os meninos da base, mas na prática faz o contrário. Retirou o Thomás, mal posicionado na esquerda (quando devia estar no meio ou na direita) e, mesmo perdendo de 2 a 0, colocou um volante!! Willians.
Se a saída de bola estava ruim, se a transição defesa-ataque não funcionava, o quê o fez colocar um volante como o Willians? Vander seria a opção mais lógica e razoável, sem contar que talvez uma mera troca de chuteiras no intervalo poderia fazer o Thomás melhorar em campo.
Mas não, caros amigos do Buteco, o fogo amigo hoje em forma de metralhadora giratória não parou por aí.
O nobre treineiro sempre alegou que optava por retirar um dos volantes amarelados, pra evitar a expulsão.
O que se viu? Ele retirou o Airton, mas manteve o Canelada amarelado em campo. Em seu lugar, o Fierro, numa das substituições mais estapafúrdias que já presenciei.
Nem acho que Willians e Fierro tenham entrado mal. Mas o principal problema, desde o primeiro minuto de bola rolando não foi solucionado. Saída de bola e transição defesa-ataque.
Por fim, até o Leo Moura (que há tempos não consegue fazer boas partidas) foi sacado, mas claro, o Insubstituível, permaneceu em campo. Haja o que houver, com cartão ou sem cartão, o time precisando de velocidade ou de maior poder de marcação, lá estará ele, desfilando toda sua categoria e classe.
Menções honrosas também pro Ronaldinho baladeiro, que a cada dia demonstra estar muito mais interessado nas suas festanças, do que em jogar bola.
O juizinho e saiba-se lá o que existe por trás disso também nos garfou de forma inequívoca, ao deixar de assinalar um dos pênaltis mais flagrantes do campeonato.
Porém, verdade seja dita, não jogamos nada, criamos pouquíssimas chances de gol e não merecemos a vitória (em que pese no futebol não haver necessariamente merecimento).
Os Deuses do futebol fizeram a sua parte. Foi mostrado a olhos vistos, ainda que na base da sorte, do improvável, o Flamengo ideal, o Flamengo que funciona, que prioriza o sistema ofensivo, que sai de forma rápida e veloz da defesa pro ataque, que joga de forma insinuante, envolvente e capaz de fazer uma enxurrada de gols. Bastava manter, seguir a lógica, não atrapalhar.
Mas não, ele, o atual DONO do futebol do Flamengo, teve que inventar, OPTOU por colocar um time lento e velho em campo, com o surrado e inoperante esquema de 3 volantes tão logo teve oportunidade.
Fica a pergunta: sobreviveremos ao fogo amigo?
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