“Eu morro de rir daqui, não se tem equilíbrio: ou se tem time neston com leite ninho ou master. Até porque nem adianta reclamar do Luxa, os “garotos” do Flamengo até agora não vingaram profissionalmente, Muralha e Tomaz ainda são promessas... Diego Mauricio já prometeu e agora só promete dor de cabeça.” – Iara
Não sei se a Iara chegou à linha de fundo, ou se foi da intermediária mesmo, mas o que importa é que ela levantou uma belíssima bola, bastante relevante.
E perigosa.
Realmente, a galera fica neste dilema: garotada ou velharada? Boleiro adolescente esbanja vigor físico, mas carece de equilíbrio emocional. Já ao boleiro calejado pelas orgias da vida faltam ambas as virtudes.
E agora, José? E agora, Maria? E agora, todo mundo?
Refletindo profundamente sobre o tema no meu tempo vago (só ontem foram umas 18 horas. Seguidas.), me lembrei de um texto do vasco-palmeirense Chico Anysio, que li tempos atrás no livro “Armazém do Chico”. E achei por bem mostrá-lo aos queridos amigos e inimigos. (A fim de não desperdiçar o meu tempo em digitações improdutivas, aproveitei-o em coisas mais úteis, como ficar olhando pela janela. Então, copiei e colei o texto de http://pablosouza.com.br.)
Cada um na sua patota
Um dia um dos meus cavalos correu um páreo de mil metros na grama, dentro da sua turma. Chamava-se Esterior, assim com S, mesmo. Ele venceu no tempo de 57”3/5 – tempo de Grande Prêmio. Daí a 40 dias seria corrido o Grande Prêmio Imprensa, igualmente na grama e igualmente em mil metros. Eu conversei com o meu treinador e perguntei se não seria uma boa inscrever o Esterior no G.P. Imprensa, pois o tempo em que ele correra os mil no sábado anterior o qualificava para correr o Grande Prêmio.
O Roberto Morgado, meu treinador, não pensou para me responder:
— Não dá para ele, Chico.
Eu, é claro, estranhei, pois sabia que dificilmente o G.P Imprensa seria ganho em tempo muito abaixo daqueles 57”3/5.
Bolas. Por que o Esterior não teria chances, então, no G.P. Imprensa? O Roberto Morgado me deu então uma explicação que foi uma aula de vida:
— Ele ganhou neste tempo correndo na turma dele. Quando ele encarar os craques que vão correr o Grande Prêmio Imprensa, ele vai enfrentar cavalos de galão maior, cavalos grandes, mais fortes, mais bonitos, tudo diferente do que ele está habituado na turma dele e isto fará com que ele se apequene.
Eu, louco para ver o meu cavalo disputando um Grande Prêmio (e, na minha opinião, cheio de chance de vencer), insisti muito e ele concordou e inscreveu o Esterior, sabedor do cavalo não ter menor chance; apenas para me “obedecer”.
O páreo foi corrido num domingo azul, de temperatura amena. O vencedor marcou o tempo de 58”4/5 (ou seja: um segundo e um quinto a mais que o Esterior, na sua vitória) e o meu cavalo chegou em décimo-quarto.
Ali eu aprendi mais esta.
É por este motivo que o jogador que sai dos juniores para jogar com os profissionais, precisa de tempo para se acostumar a tudo aquilo que agora tem para enfrentar, pois ali as coisas são diferentes, do físico até o fungado do atleta que ele vai encarar. Ele agora não disputa mais a bola com jogadores da sua estatura e do seu corpo, mas com gente madura, que já tem truques e um poder de força, no próprio chute, muito maior.
O mesmo se aplica na televisão. Quando se coloca dois atores que vieram do “Malhação” e lá brilhavam, contracenando com Lima Duarte, Eva Wilma e Fernanda Montenegro, eles desaparecem.
Por este motivo, a renovação tem que ser feita aos poucos, em etapas. Três, quatro de cada vez (nas novelas); um, dois de cada vez (no futebol), para que gente com um belo potencial não se perca, por uma atemorização desnecessária.
Quando eu comecei, na Mayrink Veiga, éramos apenas dois jovens no meio de dezoito cobrões: o Antônio Carlos e eu. Sendo dois apenas, deu para nós colocarmos a cabeça fora d’água.
Acho que é por causa dessas experiências que eu gosto muito de uma frase criada pela juventude de hoje e que define bem esta situação:
— Essa não é a minha praia.
Se não for, não mergulhe. Procure a sua.
Então, o que acharam? Pode-se até discordar das conclusões do autor, mas a sua lógica é inatacável. Claro, em cada cabeça mora uma sentença, até porque o grande Chico Anysio não é o dono da verdade. É um gênio nas artes, sim, mas ainda é um vascaíno no futebol.
Sejendo cinsero, a mim, pobre de mim, me parece que a receita pra ser um flamenguista em 2012 é bem simples: basta não alimentar grandes expectativas.
Só que, na prática, em se tratando de Flamengo, quem consegue?
Duplex Toc Zen
1 - Barco errado: Com a quantidade de jogadores trintões no elenco balzaquiano do Flamengo, é bobagem organizar uma barca. Melhor será organizar logo um esquife.
2 - Tem trocado aí?: Se o Flamengo decidir despachar todos os ex-jogadores que precisam vazar da Gávea, haja moedas para entregar a Caronte, o barqueiro do inferno! (São duas por cabeça, bem nos olhos.)
3 - Esta não quer calar: Por que não utilizamos alguns sub-20 no lugar dos subvárzea?
4 - Aliás, ninguém deixou de notar aquele zagueiro dos juniores do Flamengo. Só que não foram politicamente corretos ao chamá-lo de “Negão Pablo”: O correto é “Afrodescendente do Qual é a Música”.
5 - Zé Love: A bem da verdade, quando falavam em contratar o Love, era “Love” pra cá, “Love” pra lá, mas em nenhum momento os dirigentes rubro-negros citaram o nome "Vagner".
6 - Foi-se o tempo em que as negociações no Flamengo eram “novelas”: Hoje, passaram a ser “tragédias gregas”.
7 - O Flamengo está sem dinheiro para contratações?: Felizmente! Já imaginaram botar grana viva nas mãos de certas pessoas?
8 - Duas notícias: A boa: uma barca vai, precisa, urge zarpar da Gávea. A ruim: o capitão é sempre o último a abandonar o navio.
9 - A vantagem do BBB sobre o Fla: No BBB, os parasitas desconhecidos ficam sem fazer nada no máximo por 3 meses.
0 à esquerda - Itamar e Zé Love: Os indigentes, digo, dirigentes do Flamengo são tão bons negociadores que conseguem pegar a xepa antes do fim da feira.
11 - Lógica perversa: Se o zagueiro Manoel não nos serve porque o Atlético-PR foi rebaixado, então o Zé Love nos será excelente, pois o Santos foi campeão da Libertadores.
12 - Muita gente boa reclamou que os negociadores do Flamengo não tinham um plano B: Injustiça, porque ao se meterem com Itamar e Zé Love, eles provaram que não apenas tinham um plano B, como também até um plano Z!
13 - Os moleques não metem brincões, tatuagens, cordões, anéis e moicanos por marra, não: É pra sentirem se vão se adaptar à vida de boleiro. É por isso que a maioria deles não “dá jogador”.
14 - Vendo o elenco do Flamengo até agora, só digo uma coisa: Ainda bem que o futebol é uma caixinha de surpresas!
15 - “Imóveis ficaram 26,3% mais caros em 2011”: Eu já havia percebido isso, só de ver os salários do inerte elenco rubro-negro.
16 - Nem todo final é igual: Acho que os dirigentes do Flamengo deviam tentar contratar jogadores em fim de contrato em vez de jogadores em fim de carreira.
17 - Twitter Cassetadas da semana (em tempo real só em @rubionegrao):
"Crescem chances de Barrichello na Williams." Trata-se do fracassado mais bem-sucedido do mundo.
Aquidauanense: há 10 anos facilitando a vida do profissional da mídia esportiva.
De que vale conseguir beber uma lata inteira de Skol de um só gole, se o mundo não valoriza?
Sogra boa é A Sogra que mora longe. Não, longe, não. Um pouco mais distante.
#euqueroéserfeliz. Enquanto houver Mega-Sena, haverá esperança.
No Brasil é tudo uma pegação danada. Só mesmo as leis que não pegam.
"Vampeta elege Fla seu rival." O Mengão é mesmo uma mãe: Mais um que tirou do ostracismo.
2 e 38 da matina. É na calada de noites assim q nossos indigentes anunciam as contratações + estapafúrdias. Espero q eles estejam dormindo.
E nada mais faço. MAS ADMITO!
[Post originalmente publicado no Blog da Flamengonet]
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