quarta-feira, 18 de abril de 2012

ADRENALINA E CHATICE




Por Leila do Flamengo


Bom dia Buteco!

Hoje fiquei encarregada de substituir o inigualável Gustavão, tarefa das mais árduas e complicadas.

A verdade é que o jogo da última 5a feira ainda não me saiu inteiramente da cabeça. Poucos momentos na vida me proporcionaram uma dose de adrenalina tão alta, reviravoltas tão incríveis, emoções tão intensas. Mas é isso que o futebol faz com a gente, é por isso que nos apaixonamos por esse esporte e, por mais inusitado que pareça, de alguma forma me senti satisfeita por ter vivenciado tudo que houve, memoráveis e inesquecíveis 90 minutos (embora, claro, tenha lamentado muito o desfecho).

Tal emoção também foi proporcionada porque estávamos disputando um Campeonato de porte, algo relevante, uma taça cujo exemplar é único em nossa estante, nada mais nada menos que uma Libertadores da América.

É importante deixar claro que a jornada de sentimentos na 5a feira, capaz de paralisar o Rio de Janeiro e deixar ansiosos até mesmo os integrantes da arcoirizada mal vestida, não elide o descaso e os erros que provocaram a precoce eliminação do Flamengo.

E são esses mesmos erros, provocados por essas mesmas pessoas que cansamos de aqui citar (a meu ver, Patrícia Amorim é a principal responsável), combinados com um campeonatinho mequetrefe, menor e disputado por timecos medonhos, que me levam a um grau de enfastio, desânimo e tédio bastante elevado.

A revolta, a raiva, a indignação começam a dar vez ao sentimento descrito acima. Aliás, no "jogaço" contra o Americano, muitas vezes o Flamengo se portou justamente dessa forma, enfastiado, jogando apenas pro gasto.

O pensamento que o Flamengo é e sempre será uma bagunça, que o profissionalismo nunca passará de uma ideia furtiva, fugaz, que as dívidas continuarão crescendo exponencialmente, levam a uma sensação de impotência (tão bem citada pelo Rocco) assustadora.

Não sei quanto a vocês, mas tenho achado uma chatice ler a cada dia que passa as mesmas notícias, são os argumentos fajutos da Dna. Patrícia, as mesmas frases prontas do Sr. Cascão, as pérolas de mediocridade verbalizadas pelo Sr. Joel Santana (a última alfinetando o flor é de doer), sem falar nos repetidos episódios de indisciplina e excessos dos jogadores.

O que me dá alguma esperança é a eminente saída da atual Presidente no final do ano e a expectativa de início de um novo Campeonato Brasileiro (mas nem tanto, se o time continuar sendo comandado pelo atual treineiro).

Sim, quero adrenalina, quero sentir o coração na boca, testar todas as coronárias e sorrir ao final. Mas só consigo sentir tudo isso quando o que está em disputa realmente vale a pena.

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