Por Leila do Flamengo
Saudações amigos e nação rubro-negra.
Hoje vou falar de algo que considero de extrema importância e que muito me incomoda, a falta de um meia no Mais Querido.
Mas não é um meia qualquer ou um simples apoiador, termo genérico que abrange toda sorte de jogador que se posiciona entre o ataque e a defesa. Falo daquele meia cerebral, capaz de ditar os rumos do time e da partida. Falo do jogador com visão privilegiada, o dono dos pés dos quais nasce a jogada, que irá findar com a bola na rede adversária. Me refiro àquele jogador que, além de ter grande intimidade, carinho e respeito com a gorducha, sobretudo sabe fazê-la bem mandada, obediente e até mesmo faceira, indo aonde ele bem determina, caindo nos pés de quem ele, seguro, ordena. Salve o Maestro!
Pra quem já teve o prazer de saborear a genialidade do nosso eterno ídolo Zico e, mais recentemente, pôde assistir à técnica apurada, a elegância e a maestria do gringo Petkovic, ser obrigado a acompanhar os jogos do Flamengo com Canelada ou mesmo Willians armando as jogadas é dose pra mamute.
Numa linha mais pragmática, quem hoje temos no elenco a disposição pra tão ilustre e lustrosa posição? Camacho é um jogador que pode ajudar, mas ainda não possui tarimba e regularidade pra assumir a responsabilidade. Bottinelli é um jogador que, a princípio, poderia reivindicar a função, mas, apesar de gostar bastante do futebol do argentino, não o vejo como O camisa 10 pra comandar absoluto a meia e ditar os rumos da partida. Ele precisa de outro meia ao seu lado pra dividir a função, sem contar que ainda está em fase de adaptação ao futebol brasileiro e oscila muito, até dentro de uma mesma partida. Claro que, diante das opções que dispomos, pra mim o Bottinelli seria titular. Entretanto, ainda não o vejo como solução ideal pra questão em apreço.
Outra opção, essa mais controvertida, seria testar o Leo Moura na meia. Até acredito que possa dar certo, mas é algo que exige tempo de adaptação. O melhor momento pra isso seria a pré-temporada, que já se foi. Milita contra a alternativa não termos hoje um reserva confiável pra assumir a vaga de lateral direito.
Por fim sobra o homem do milhão, o Dentuço que já foi capaz de encantar multidões. Muitos - eu inclusa - o enxergam como o jogador ideal no elenco pra função citada, ainda que o R10 de certa forma tenha que se reinventar. Digo isso porque, de fato, sua posição nos melhores momentos da carreira é praticamente a mesma que ocupa hoje no Flamengo:
A propósito, quando penso que é o Canelada quem está ocupando a posição do Deco no desenho acima dá vontade de chorar, mas, prosseguindo... gostaria de ver o Dente jogando mais recuado e centralizado, ainda que como um ponta de lança.
A meu ver, essa reinvenção do Ronaldinho também se faz necessária, pois o atleta não possui mais alguns atributos de outrora, como velocidade, mobilidade, explosão etc...o tempo passa pra todos e ainda mais rápido pros chegados a noitadas em profusão.
Ou isso ou teremos que recorrer às compras (ainda lamento perder o Douglas), não esquecendo que os argentinos produzem vários desses excelentes jogadores, cuja arte de jogar futebol foi muito bem definida por Renato Senna em http://diario.esporteinterativo.com.br/futebol-argentino/2010/12/23/a-terra-dos-10/:
"De pincelada em pincelada, o pintor transforma uma tela branca em um quadro. De marretada em marretada, o escultor transforma uma pedra em um escultura. De cena em cena, o cineasta transforma frames em filmes. Com domínios, passes e lançamentos perfeitos, a função do camisa 10 é transformar bolas quadradas e bico para a frente, em chances de gol para os atacantes. O trabalho dos meias é tão artístico quanto o de qualquer outro artista, que transforma um material bruto em arte final."
Bateu saudade dos nossos maestros...
Bom domingo a todos, fazendo votos por uma bela estreia do Vagner Love, com vitória convincente do nosso Mengão.
PS. Mas eu quero saber mesmo é do jogo de 4a feira, prioridade é a Libertadores, ouviu Seu Joel?
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