quinta-feira, 26 de março de 2015

Calúnia do Rúbio Negrão

Sejemos cinseros e analfabéticos: lá pelos idos de nem me lembro mais quando (talvez há uns dez anos; o @Adrianomelo72 saberá precisar aos portadores de TOC), uma época lamentável, os maiores ídolos do Flamengo eram o goleiro Julio César e o enganador Felipe Chinelo.

Cenão vejemos e erremos: ambos serviam à Seleção da CBF, desfalcando o então fragilizado Mais Querido do Mundo (obrigado, Conmebol!), que lutava furiosamente contra a ameaça de rebaixamento no Brasileirão, e mais ainda contra a má vontade de alguns jogadores frescos bagarai, que queriam receber seus salários em dia.

Tudo bem. Os ditos salários estavam muito, mas muito atrasados mesmo. Mas quem consegue pensar em dinheiro quando está jogando num Maracanã lotado, vestindo o sacrossanto manto?

Pois é, mas os caras pensavam.

Continuando, é claro que time grande não cai, como, de fato, não caiu. Mas quero ver ter essa frieza toda na hora em que o circo tá pegando fogo, amigo! Eu não conseguia comer nem dormir direito!

Tá OK. Eu não comia direito por falta de grana, mas a perda de sono foi por causa dos problemas do Mengão, sim.  

Recordo-me, também, de que o Flamengo tinha um jogo importante pela frente, um jogo do tipo vencer ou vencer, ou, na pior das hipóteses, ganhar. De qualquer maneira, a torcida estava otimista, porque Felipe Chinelo e Julio César finalmente retornariam da maldita Seleção para defender o Clube que, pelo menos na teoria, pagava os seus salários. Agora iria! A vergonha terminaria! O Julião era um líder nato que fechava o gol, e o Felipe podia não valer nada, mas estava em grande fase.

Só que a vida de rubro-negro não é mole, nunca foi, jamais será. Felipe Chinelo, aquele que só era profissional quando lhe interessava, resolveu fazer a cabeça do Julio César para que eles, logo eles, as estrelas da companhia, somente entrassem em campo caso recebessem os atrasados...

Desnecessário escrever que o sangue de alguns rubro-negros gelou nas veias, enquanto o de outros ferveu nas mesmas. Gelou porque se já estava difícil com os dois, sem eles o sprint tão necessário parecia impossível. E ferveu por pura e santa revolta contra o chineludo que havia virado especialista em acumular cartões amarelos para evitar os inconvenientes jogos nos finais de semana.

Agora, porém, é que começa a história. Surgiram boatos de que o Fluminense, então com os salários do seu elenco rigorosamente em dia, emprestaria a grana necessária ao coirmão em dificuldades.

Apesar da humilhação, respirei aliviado. Dizia e repetia aos amigos que o Flamengo não deveria aceitar tamanha humilhação, mas no fundo rezava para que a aceitasse o mais rápido possível.

Só que fora do confortável mundo dos boatos sempre há a dura realidade. Os urubus somos nós, mas quem se amarra de verdade numa carniça são os arcoirenses. De modo que em vez de seguir pela senda da grandeza que, afinal de contas, não tinha e não terá, o Fluminense, confirmando a sua eterna vocação para a pequenez, apressou-se em desmentir a fofoca, e ainda foi além: anunciou que decidira pagar um mês de salários adiantados aos seus atletas. 

E assim foi. O Tricolor da Série C protagonizou um feito provavelmente inédito no futebol brasileiro, cujo único resultado palpável foi, felizmente, ferir os brios dos que defendiam o sacrossanto manto.

Não caímos, e se o leal detrator chegou até este ponto da narrativa, certamente está se perguntando por que cargas d’água relembrei tão bizarro evento. Explico: foi só para deixar bem claro que eu quero mais é que o Fluminense, hoje devedor de cinco meses de salários aos seus boleiros, vá à falência.

Duplex Toc Zen

1 - Se cuida, Léo Moura: Pela Constituição brasileira ir e vir é um direito, mas nos E.U.A. é obrigação.

2 - Eurico Miranda está certo quando diz que Flamengo e Vasco disputam um campeonato à parte: Tão à parte que reúne um time da Série A e outro da Série B.

3 - Na verdade, todo time brasileiro disputa um campeonato à parte com o Flamengo: E o Flamengo disputa apenas jogos contra clubes de menor expressão.

4 - Seleção brasileira: Se Felipão e Parreira, que já deram certo lá atrás, pagaram um micaço numa Copa, imagina o Dunga que já deu errado antes.

5 - "Band acaba com talk show de Rafinha Bastos": Que passou a se chamar Agora é Tarde Demais.

6 - Alô, Julio @tuagloriaelutar: Chamar a bola de gorduchinha é bullying?

7 - Palmeiras 3 x 0 São Paulo: O Tricolor só não caiu de quatro por uma questão de centímetros.

8 - Se o FluminenC não for pras finais, o Cariocão vai perder toda a graça: Mas tudo bem, a gente ri da desgraça mesmo.

9 - Twitter Cassetadas da semana (em tempo real só em @rubionegrao)

@lavfilho Parabéns papai Celso Barros! RT "@rubionegrao: Cinco meses de atraso? O Fluminense está grávido!"

O STJD tem jurisdição no Cariocão?

A liderança do Madureira não é um retrato do futebol carioca. É, isto sim, um outdoor do futebol brasileiro.

O Eurico disse que jogo contra o Mengão é um campeonato à parte só pra conseguir faturar outro vice.
Porque vice em final de verdade tá osso

O último impeachment que deu certo no Brasil foi o do Márcio Araújo na final do Cariocão passado.

Hoje o Maracanã molhado dará toda a vantagem pro Mengão, porque o Vasco não está acostumado à água.

E no G4 carioca estão o Rubro-Negro, o Cruz-Maltino, o Alvinegro e o Tricolor.
O Tricolor Suburbano, claro.

Quando o jogo virou uma pelada, o Bernard começou a se destacar. Ainda bem que foi expulso.

E hoje o Dr. Roger Flores não desenganou nenhum jogador.

A caravela do Vasco só tira onda mesmo no emblema do clube, porque quando é colocada na água naufraga.

Mas a culpa não era do Roberto Dinamite?

Este anos já metemos duas pauladas nos bacalhaus, e olha que ainda estamos em março!

Só por continuarem sendo vascaínos apesar das infinitas humilhações, esses caras da NetVice têm meu respeito.

Nunca gostei do Alecgol. Achava que era enganation. Só q não. E a prova disso foi não ter sentido o insustentável peso do sacrossanto manto.

Sobrevivi para ouvir o locutor da Band chamar o Almir do Bangu de "cracaço".

E nada mais agouro.

(Ás do quinta-colunismo esportivo, Rúbio Negrão, vulgo Rubro-Negão Trolhoso, vulgo RNT, é cria dos juniores do blog da Flamengonet, e aceita doações de camisas oficiais novas do Flamengo no tamanho G.)

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