quinta-feira, 18 de abril de 2013

Calúnia do Rúbio Negrão


Sejemos cinseros e analfabéticos: quando um poeta, prosador ou jornalista se diz sem inspiração diante de uma folha de papel em branco, logo o imagino sentado numa privada de banheiro de lanchonete de beira de estrada, olhando para um rolo de papel higiênico, sem saber para que aquilo serve. Fico surpreso pela audácia de um profissional criativo por definição confessar-se estéril, e mais ainda pelo fato de ele ter arrumado um rolo de papel higiênico num banheiro de lanchonete de beira de estrada.

Digo isso porque poeta, prosador ou jornalista não pode, não tem o direito de ficar sem inspiração. Seria o mesmo que um padeiro ficar sem bromato, ou um político ficar sem propina. Por acaso algum dos leais detratores já viu um gourmet perder o apetite diante de um acepipe autoral? Ou um sommelier se dizer sem sede perante um vinho francês? 

Ótimo. Então já estamos começando a nos entender. Porque 99,twitter% daqueles que vivem das palavras, analfabetos ou não, têm a obrigação sagrada e moral de encher linguiça, caso não lhes surja lampejo algum. E encher linguiça, convenhamos, qualquer candidato do Enem faz perfeitamente, sem falar que ainda fica engraçado pra chuchu.

Posto isso, será exatamente o que ora farei.

Como o time do Flamengo não estava rodando, o perspicaz Jorginho julgou haver algum problema com as rodas, e resolveu reinventá-las, melhores e mais sábias. Quem sabe não tão redondas, quem sabe um tanto ovaladas, sei lá, vai que funcionem! E lá vem Jorginho testando as rodas recém-criadas, sem perceber que ele mesmo está rodando bem antes que o time.

Mesmo assim, com todos os créditos que Jorginho vem consumindo insaciavelmente, tal qual um aposentado senil dentro de um bingo clandestino, mesmo assim eu disse pra @iarana e pro @lauro_moraes esta semana lá no Twitter: ainda acredito no Jorginho. Sei lá. Intuição masculina, ou puro chute mesmo. Talvez por ser partidário ferrenho do método “Fazer o errado para aprender o certo”, ao qual devo hoje minha mestria no fritar de ovos estrelados, os quais comecei fazendo sem tirar-lhes as cascas. Mas essa é uma outra história.

Arrisco-me, inclusive, a afirmar que nessa técnica, Jorginho é mestre e professor, título mais que merecido tão somente por ter escudado o igualmente inexperiente Dunga numa Copa do Mundo. Exato, Copa do Mundo à vera e assim por diante.

E os flamenguistas ainda de ressaca pela perda do Cariocão consolo com as boas perspectivas do Mais Querido, classificadíssimo na Copa do Brasil, que, convenhamos, pela qualidade dos participantes, nada mais é do que uma espécie de Cariocão, só que com os estádios um pouco mais próximos e acessíveis do que o Engenhão e o Raulino de Oliveira. Isso sem falar que, em caso de título, teremos a garantia de não cruzar com o Botafogo na Libertadores.

Para finalizar esta “embromativa” redação “enemica”: já que alguns jornalistas se acham no direito e capacidade de fazer auditorias independentes sobre os ganhos e gastos rubro-negros, gostaria de acrescentar a elas minha humilde contribuição (“humilde” porque, pelo fato de não ser jornalista, não tenho acesso aos mesmos devaneios e delírios que os inspiram quando na busca de fatos inverossímeis): o Flamengo deve 750 milhões de pagamentos judiciais, indenizações e impostos ao governo, mas a dívida mais preocupante é aquela com os quase 40 milhões de particulares que o idolatram. Esta sendo paga, as restantes também o serão.


Duplex Toc Zen

1 - Dando prosseguimento à minha auditoria independente: Os números deixados pela gestão anterior me parecem estar completamente defasados, principalmente o 2, o 5 e o 6.

2 - Se phode aí, meus credores: O Flamengo deve 750 milhões, e eu só devo 5 mil. Mas a dívida do Mengão é pagável, e a minha não é.

3 - Jogador do tipo carregador de piano com medo de ir pra Gávea: Porque vai ter que levar nas costas até os pretensos solistas do time, que agora estão bem pianinhos.

4 - Aliás, nem acho que nosso elenco precisa de um carregador de piano: Eu contrataria é um carregador de malas.

5 - Sejendo cinsero e analfabético: Prefiro mil vezes um time “pés no chão” a um time “chuteiras rosa-shocking e verde-abacate”. 

6 - (Agora jogarei contra o meu próprio gol, mas a piadinha é tentadora.) É muito fácil o Flamengo passar a ter a maior torcida off do mundo: Basta a Net e a Sky cortarem todos os “gatos” pelo Brasil afora.

7 - Não sou fã do Rafael Moura, mas admito: Diferentemente do Ronabo, prefiro um He-Man a um She-Male.

8 - Venda casada: Agora que o Vasco vendeu o Dedé por uma mixaria pro Cruzeiro, o Flamengo já pode vender o Rafinha por uma fortuna pro Atlético-MG.

9 - Mas o preço do Dedé é esse mesmo: Se o Vasco o comprou de um clube da Série C, o Cruzeiro o adquiriu de clube da B.

171 - Datafolha, instituto de pesquisas de um certo jornal: Datapulha, instituto de pesquisas de um certo jornalista.

11 - Fato: Aliás, tem jornalista por aí que mente que nem sente, e escreve que nem bebe.

12 - “Venderam o Dedé muito barato” – Antônio Soares Calçada: Realmente, deve tem dado essa impressão mesmo, porque nem se cogitou o Real, só o Cruzeiro.

13 - O Caso Cazalbé: Jogador do Vasco tem que apelar pro doping químico, porque doping financeiro não vai rolar MESMO!

14 - “Patrícia Amorim pode ter desviado R$ 40 milhões do Flamengo” - Blog do Paulinho: Até onde sei, informação inexata, porque os 40 milhões do Flamengo ainda continuam na direção certa, com muita raça, amor e paixão.

15 - “Corinthians supera Flamengo e tem a maior torcida da região Sudeste” - EstadãoCalma, rubro-negro. É que pros paulistas, a região sudeste abrange apenas a Grande São Paulo e parte de Nova York.


16 - Twitter Cassetadas da semana (em tempo real só em @rubionegrao)

Tô com um problema parecido com o do Ibson: enquanto ele não recebe o direito de imagem do Flamengo, eu não recebo a imagem direito da Net.

O Flamengo busca a Emirates quando o momento pede Gol.

Como o time do Flamengo não tem um esqueleto, não precisa do He-Man.

Até quando nossas contratações pontuais chegarão tarde demais?

Bandeira e Wallim não prometem nada pra torcida do Flamengo, porque promessa também é dívida.

O Flamengo tem dívidas, sim, mas felizmente são dívidas financeiras, que podem ser pagas com dinheiro. Pior é o time que tem dívidas morais.

E outra: dever não é vergonha. Vergonha é negar dívida.

Maior prazer no Twitter: após escrever o tweet, perceber que o marcador de caracteres está zerado.

"Flamengo tenta negociar Mattheus com a Juventus." É o Paulo Pelaipe tendo o seu dia de Adriano Galliani.

Só pra facilitar as coisas: além da caixa de DM, bem que o Twitter também podia disponibilizar uma caixa de IM: "indirect messages".

@FulanodeTal171 IM (indirect message) Seria fino.

Como o time do Flamengo está um samba do crioulo doido, agora resolveram apelar pro Roque Santa Cruz.

O time do Flamengo atual é como abrir a geladeira às 3 da madruga: não é o que você queria, mas é o que tem.

O cara mais azarado do mundo é o Kim Jong-un, porque disse que jogaria umas bombas nos EUA, e logo em seguida houve as explosões em Boston.

O Jorginho só deixou o Ramon e o João Paulo em campo ao mesmo tempo pra testar se os dois juntos davam um lateral-esquerdo.

Caraca! Liga pro 192 urgente! RT ‏@rerissonaguiar To mais cansado que o leo moura.

A triste ironia é que neguinho foi logo escolher Boston pra fazer mierda.

Aê, Fluminense: 3 a 1 Mengão, cada gol em homenagem a uma divisão.

Não acredite nas bombas de jornalistas metidos a profetas. Contratação pontual jamais é divulgada antes da hora. Daí o termo “pontual”.

Pegaram o Cazalbé no antidoping? Caraca! Eu jurava que ele era a favor!

Por que o Raulino de Oliveira? Ora, todo mundo sabe que o melhor estádio pro Mengão encarar o Remo é na Lagoa Rodrigo de Freitas!

"Pesquisa revela que torcedor rubro-negro é 2° no Sudeste." Pesquisa malfeita. Todos sabem que "2° no Sudeste" é o Vasco."

Após ganhar carro, Gabriel vai usar número 208 contra o Remo." Apesar do número bem maior, uma camisa muito mais leve que a 10.

Pra que o He-Man? Nós temos o He-Nane!

E o Flamengo vai firmando o padrão de meter 3 mamonas nos times de Série B e C: 3x1 Flu e 3x0 Remo

E nada mais me irrita tanto quanto ter que macular este pequeno espaço da Calúnia, santuário da minha vagabundagem, para protestar contra terroristas e terrorismo, que, afora as tristes lições de covardia e desumanidade, só têm a ensinar a flamenguistas e arcoirenses o seguinte: muitas vezes, o inimigo interno pode ser tão destrutivo quanto o externo.

(Ás do quinta-colunismo esportivo, Rúbio Negrão, vulgo Rubro-Negão Trolhoso, vulgo RNT, é cria dos juniores do blog da Flamengonet, e aceita doações de camisas oficiais novas do Flamengo no tamanho G.)

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