quinta-feira, 28 de julho de 2011

27 de julho de 2011

Por Leila do Flamengo


27 de julho de 2011. Já acordei com a expectativa do jogo nas entranhas, mistura de sensações, confiança, razão versus emoção, esperança, desconfiança, fé rubro-negra. As horas transcorriam lentas, a ansiedade aumentava, mas apesar de cogitar um grande jogo, jamais poderia supor que não jogaríamos bola. Sim, não jogamos, não foi uma partida, um jogo. Foi uma epopeia, mistura à brasileira da batalha das Termópilas (quem viu 300 rs?) com Nessum dorma (ninguém durma). Em cerca de duas horas, morremos, ressurgimos, tivemos nosso caráter e identidade testados, alma retirada a fórceps, visitamos céu, limbo, inferno, paraíso, pincelando a cada instante os mais diversos e inéditos cenários.

Meu Deus, que jogo é esse, gritava a mente de milhões. Dois personagens centrais, o duelo do príncipe contra o Rei deposto, coroa, reinado, multidão de súditos e reino em disputa. Não, o Rei não está morto, como pensaram alguns. 

Se de um lado o menino prodígio teimava em fazer fila, do outro, aquele que nunca cresceu, Peter Pan das quatro linhas, faz do simples genial, nos faz gargalhar como crianças ao ver a bola passar por baixo de homens sisudos, sérios. Ela, a redonda, nos acena faceira, provocante, insinuante, caminhando lentamente rumo ao gol.


Nosso defensor inabalável ainda nos brinda com embaixadinhas memoráveis, fazendo o feitiço se voltar contra o feiticeiro e, ao mesmo tempo em que transforma tentativa de galhofa em piada, fabrica uma espécie de bálsamo da confiança. Risos e vaias machucam como lanças afiadas nossos adversários, até então em vantagem. Ficou claro que aqui não, aqui é Flamengo, nunca, jamais, em tempo algum nos subestimem!


No final a certeza de que ser rubro-negro é uma benção, uma religião, um sonho maravilhoso e, pegando emprestado um de nossos cantos às avessas, posso afirmar, onde eu estiver, tu estarás!

Oh Meu Mengão
Eu gosto de você
Quero cantar ao mundo inteiro
A alegria de ser Rubro-Negro

10 comentários:

Nelson Bata de Oliveira disse...

Nessum dorma.....pô, alto nível Leila. À altura do espetáculo de ontem.

Rúbio Negrão disse...

Quase poemas, tanto o jogo quanto o texto.

Henrin disse...

Linda esta coluna-poema. Sensacional! Foi um jogo realmente inspirador!

Administracao disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Rocco Fermo disse...

Sensacional Leila.
Beijo e um forte abraco no Rubio Negrao.
Talento puro.

Rúbio Negrão disse...

Rocco, brigadaço. Meu único mérito é ser um bom olheiro.

Rocco Fermo disse...

Po Negao, ainda bem que nao foi vc que indicou a Ueligton e o Deivid, ta desculpado.

Muito sucesso pra vcs e pro blog, pode contar sempre comigo e com o Buteco, sempre que vcs prrecisarem.

Romeiro disse...

Linda crônica Leila. Foi um jogo memorável, inspirador e come muito bem disse o Bata, sua crônica faz jus ao que vimos em campo ontem. Grande abraço!

Unabomber Flamenina disse...

Obrigada a todos pelos comentários!

Ainda em êxtase com o jogo de ontem!

SRN

Diogo disse...

Que ninguém durma! ninguém durma!
Tu também, ó princesa,
na tua fria alcova
olhas as estrelas
que tremulam de amor
e de esperança!
[...]
Desvença, a noite!
Desapareçam, estrelas!
Desapareçam, estrelas!
Ao alvorecer eu vencerei!
Vencerei,Vencerei!!!