Por Leila do Flamengo
“É ditado da raposa: o sol se pôs, ainda se faz muita coisa...” De fato, muita coisa se faz, inclusive empurrar a raposa pro brejo, lá mesmo, em 7 Lagoas.
E assim foi, acabamos com um incômodo tabu, que sequer deveria ter existido.
O jogo foi jogão, jogaço, espetáculo? Não.
Foi horroroso, terrível, modorrento? Também não.
Foi daqueles que servem pra ratificar nossa consistência, nossa confiança, nossa seriedade e nossa superioridade. Passos seguros rumo ao título.
E mais, demonstrou que mesmo sem Willians, nosso sistema defensivo com Airton funciona, com todos colaborando na marcação. Jogamos com apenas 2 volantes protegendo a zaga e, até eu, fui capaz de dizer que o Renato jogou direitinho ontem. Não foi à toa que levou um cartão, marcou de forma mais contundente, coisa que há tempos não vinha fazendo.
Pra mim está mais do que claro que não precisamos jogar com 3 volantes, que engessam o time e transformam os jogos em meros episódios lacônicos do nosso Mengão. São duas vagas pra 3 jogadores, Renato, Willians e Airton, sendo este último verdadeiro 1º volante.
Como Airton e Willians estão sempre tomando cartão, ninguém precisa ficar triste, pode-se fazer um bom rodízio com os três. Ainda temos Luis Antônio e Muralha. O primeiro pra mim tá mais pra meia, então pode jogar junto com 2 dos 3 citados. Muralha talvez também possa jogar, sem engessar tanto, pois tem excelente passe, toque de bola e costuma fazer algumas enfiadas que me lembram o Maldonado dos bons tempos.
Enfim, a qualidade do nosso futebol cai demais com o trio de ferro em campo (Airton, Renato e Willians) e, talvez, a chamada sorte de campeão nos venha brindando, de um jeito ou de outro, sempre desfalcando o trio. Ou alguém imagina aquele jogaço épico na Vila com Airton em campo, sem Luis Antônio?
Próximo jogo estaremos sem o Airton. Já me preocupa um pouco mais porque tanto Renato, como Willians são 2º volante. Some-se a isso a volta do Delivery (Welinton), do qual não senti a menor saudade no jogo passado. Mas, como o que é bom dura pouco...
Voltando à partida, R10 meio no arrasto, esperava que ele fosse engrenar uma sequência de belas atuações e engatasse uma crescente no desempenho de craque e comandante. Não sei se foi a noitada em POA, a sequência desgastante dos jogos ou dores musculares, mas a atuação foi bem mediana. Porém, o dentuço não deixou de ser decisivo, ao deixar o “vibrante” Deivid na cara do gol. Contagiante esse nosso atacante rss.
Já os laterais foram muito bem. Leo Moura voltando a ser Leo Moura, subindo com desenvoltura, dribles e velocidade. Junior Cesar raçudo, guerreiro, disputando todas, ajudando bastante lá atrás e nos brindando com um drible desconcertante mais lá pra frente.
Tiago Neves também fez ótima partida, muito participativo, jamais se escondendo do jogo, ajudando tanto a defesa, quanto o ataque. Uma pena não ter feito o gol, quase uma repetição daquele que havia perdido no jogo contra o Santos. Às vezes tenho a impressão que o Tiago peca um pouco por um certo preciosismo em colocar a bola muito lá no cantinho, rente a trave, mas tão rente, tão rente, que algumas vezes acaba indo pra fora. Mas, faz parte.
Airton, um monstro, nosso rotweiller protegeu muito bem nossa área e ainda conseguiu ser participativo no meio. Manteve a mística-realista. Não levamos gol com ele em campo.
Muralha foi outro que deu gosto de ver. Um volante moderno, que sabe jogar e não apenas marcar. Me passou segurança e é aquele típico jogador que você olha e já vê que sabe jogar, que está no palco certo, na profissão certa. Torço pra que ganhe cada vez mais oportunidades.
Bottinelli já não gostei tanto. Tem uma mania chata de adiantar a bola e por vezes a perder (verdade que às vezes dá um daqueles carrinhos e a recupera), escorrega demais, cai demais. Esperava mais dele, porém, deu um passe que deixou o Fierro na cara do gol, pra matar de vez o jogo.
Aliás, isso ainda me incomoda um pouco. O time faz um a zero e recua. Perigoso, arriscado, principalmente quando não encaixamos nosso contra-ataque. Mas, ao que tudo indica, o time é bem mais frio e calculista que eu, e segue inabalável.
Por fim, o contestado Fierro, que a meu ver até entrou bem, mas, caramba, precisa tomar um banho de sal grosso, procurar o Robério de Ogum ou algo do gênero, pra tirar essa inhaca desgraçada.
Que venha o Coxa e sigamos em nossa saga impiedosa. Complexo de Robin Hood é coisa do passado.
6 comentários:
Elogio ao Renato ??
Já já vou colocar este blog na lista negra...hehehe
Mas brincadeira à parte ótimo post (tirando o elogio, claro!)
Chamo este trio de "Freio de mão puxado" pq não deixa o time desenvolver e o prende na defesa.
E Fierro, coitado, foi ver Robério de Ogum. Mas no dia que bateu na porta, tinha acabado de sair. Arrumou o telefone, e Robério tinha trocado de número. Foi esperar na porta de casa, mas Robério, afinal, tinha acabado de mudar. Mandou email mas caiu na pasta de spam.
Enfim Fierro é um injustiçado. Também pelo destino.
Nota? É DEZ, perfeito.
Henrin, jogar direitinho é elogio? rss. Ele jamais seria meu titular, mas diante do que vinha jogando, pelo menos essa vez ele colocou o pézinho e não ficou só olhando rs.
Ri aqui com a desgraça do Fierro kkk
Sergio, obrigada pela visita e pela nota rs!
Mais um ótimo post, análise de quem entende de futebol e claro, de Flamengo.
Do pouco apresentado, gosto muito do futebol do Muralha. Ele e o Luiz Antônio, apesar das diferenças, me lembram Íbson, Júnior até o Jônatas subindo. Tomara que marquem melhor, para, em breve, tornarem-se titulares.
Ah, na verdade acho que esses meninos são volantes à antiga, já que antes jogadores como Falcão, Andrade, Cerezo sabiam jogar e marcar. (Não sei se naquela época esse termo - volante - era utilizado)
E vamos que vamos para cima do Coxa. Considero o jogo do Grêmio um dos mais importantes, onde o salto alto não prevaleceu. E agora esta sequência de 3 jogos é tudo que precisávamos para nos mantermos lá em cima e ainda, tentarmos melhorar, corrigir algumas pequenas falhas.
SRN!
O Patrick disse tudo!
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